quarta-feira, 11 de maio de 2011

Mecanização preocupa assalariados
(as) rurais do nordeste
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Seminário promovido pela Contag reúne as nove Fetags
da região para apontar possíveis soluções para o problema
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A cultura da cana-de-açúcar é fundamental para o desenvolvimento econômico e social do país. A mecanização da colheita é um caminho sem volta que causará graves problemas sociais. Para refletir sobre o tema e propor soluções imediadas e de longo prazo a Contag promoveu um seminário em João Pessoa - PB, com representantes de todas as Fetags e de entidades ligadas ao tema.

O objetivo do seminário foi propor soluções imediatas e também de longo prazo para dimiuir o impacto que terá na vida dos (as) assalariados (as) rurais que vão perder o emprego. O presidente da Federação dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais da Paraíba, Liberalino Ferreira, tem consciência que esse é um tema complicado e que as soluções precisam ser pensadas tanto local quanto nacionalmente. “Estamos dispostos a dialogar e pensar em ações que pelo menos possam minizar os efeitos da mecanização”, afirma.

O secretário de Assalariados (as) Rurais da Contag, Antonio Lucas, aposta na capacitação desses trabalhadores (as). Segundo ele, o investimento em formação permite que uma grande parcela desse público seja realocada em outros setores.

A cultura da cana é fator preponderante para a produção de açúcar e etanol, além de servir de matéria-prima para diversas indústrias. A crescente mecanização da colheita já está afetando o emprego de milhares de cortadores de cana.

Técnicos da Embrapa, do Departamento Intersindical de Estudos e Eestatísticas (Dieese) e do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada, (Ipea), colaboraram com as reflexões levantando aspectos do impacto da mecanização na relação de trabalho. Antonio Lucas também colaborou com a leitura do cenário atual dos cortadores de cana.

O secretário disse que é preciso cobrar soluções dos empresários e também do governo. “É um problema da sociedade e precisamos pensar em soluções, e em recursos para isso. Nós, do movimento sindical já estamos alertando para essa questão tem muito tempo”, reivindica.
Estudos apontam que uma colheitadeira substitui o trabalho de 80 a 100 pessoas. Os maiores nichos em que os cortadores (as) de cana estão localizados são no Nordeste, Sudeste e parte do Centro-Oeste brasileiro.


Fonte: Agência Contag de Notícias - Suzana Campos

domingo, 1 de maio de 2011


Maranhão


O Estado mais rural do Brasil


Ao todo, 36,9% dos 6,5 milhões de maranhenses vivem longe das zonas urbanas.

Cidade mais rural do Estado está praticamente isolada.


Wilson Lima (iG)


Marajá do Sena, a cidade mais rural do Estado mais rural do

Brasil, fica a 400 quilômetros de São Luís, capital do Maranhão.


Os dados do Censo 2010, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mostram que o Maranhão é o Estado que detém o maior percentual da população vivendo em áreas rurais. Pelos dados do IBGE, 36,9% dos 6,5 milhões de maranhenses não moram em zonas urbanas. Isso representa um universo de 2.427.640 pessoas em todo o Estado.

Normalmente, essas pessoas que vivem na zona rural do Maranhão são pessoas que dependem da agricultura de subsistência e vivem praticamente no isolamento. Pelos dados do IBGE, o Maranhão apenas confirmou uma tendência vista desde a década de 1960. Segundo o Censo demográfico de 1960, o Maranhão já registrava o maior percentual de habitantes da zona rural em todo o Brasil. Mas, naquela época, 82% dos maranhenses não viviam nas zonas urbanas.

Entre os 217 municípios maranhenses, aquele que pode ser considerado o “mais rural” é Marajá do Sena, cidade na região do Mearim, distante cerca de 400 quilômetros de São Luís. Marajá do Sena tem 8.051 moradores e 85,6% deles moram na zona rural. Mas a cidade está isolada há aproximadamente dois meses. As chuvas destruíram as principais estradas de acesso ao município.

Para chegar à cidade mais rural do Estado menos urbano do País, a pessoa precisa chegar à cidade mais próxima, Lago da Pedra, a aproximadamente 70 quilômetros de Marajá do Sena, e enfrentar uma viagem de duas horas de moto ou de “pau de arara” e lancha. “Carro não entra mais. A situação aqui é muito difícil mesmo. Muitos lavradores vivem na região, mas eles estão em povoados. Normalmente, tem apenas uma plantação de milho, uma de arroz ou farinha e plantam o que comem”, disse Lauricéia Sousa, moradora de Marajá do Sena.